Esporte da mente
Xadrez: pelotense de sete anos já é campeão brasileiro
Nascido em 2015, Renato Mizuki aprendeu a jogar durante a pandemia com o pai e esporte virou a grande paixão do garoto
(Foto: Jô Folha - DP) - Mesmo tão novo, jovem enxadrista coleciona vários títulos na sua curta e promissora carreira
Por Fernando Rascado
Ainda com quatro anos, o pequeno Renato Mizuki perguntou ao pai, durante a pandemia, o que era a caixa em cima do armário. Mal sabia ele que aquela pergunta mudaria a vida do jovem, que hoje tem sete anos. A curiosidade fez Renato trilhar um novo caminho, mesmo tão pequeno. O pai, Thiago Namidomi, contou ao Diário Popular que em cima do armário estava um tabuleiro de xadrez guardado, esporte que ele tinha praticado muito tempo atrás como um hobby. Ainda muito pequeno, Renato apenas brincava com as peças, porém aos poucos a curiosidade do garoto só foi crescendo e rapidamente ele já sabia como jogar, mesmo que de forma básica. Depois de aprender como se joga, Renato logo trocou os desenhos animados por vídeos de xadrez. De forma tímida ele diz o nome do seu enxadrista preferido: “Magnus Carlsen”, atual campeão do mundo e número um do ranking.
Namidomi conta que não demorou muito para o filho pedir para participar de torneios. Depois de descobrir as competições que tinham categorias para os mais jovens, Renato passou a competir seguidamente. Em 2021, aos seis anos, o enxadrista pelotense simplesmente se consagrou campeão brasileiro sub-6 de forma invicta, em Florianópolis. Os títulos não pararam por aí. Renato foi campeão paulista sub-7, invicto, campeão sub-8 na Copa do Brasil Escolar e vice-campeão sub-6 do Campeonato Brasileiro Escolar, entre as principais conquistas. O enxadrista chegou a participar do Campeonato Brasileiro amador contra adultos, onde venceu alguns jogos, mesmo tão jovem.
Nascido em Pelotas, Renato mora em São Paulo desde 2019 com os pais, mas está na cidade para passar as festas de fim de ano. O plano é que em 2023 o garoto dispute algum torneio na cidade em que nasceu.
Atualmente ele faz aulas com o Mestre Fide Álvaro Aranha e com Daniel Brandão. Também pratica no próprio colégio Augusto Laranja, em São Paulo, onde o xadrez faz parte do currículo do primeiro ao quinto ano, além de estudar em casa, jogar online e assistir os principais campeonatos do Brasil e pelo mundo.
Marca registrada
Além do sucesso no tabuleiro, Renato Mizuki já tem sua própria personalidade como enxadrista. Sempre que vai jogar uma partida, utiliza um chapéu preto como um amuleto. O pai conta que antes colocava um boneco de um polvo em cima da mesa, mas depois de uma dura derrota mudou para o chapéu, que era da mãe, mas agora se tornou marca registrada do jogador.
Benefícios do xadrez nas escolas
De acordo com a mãe de Renato, Ana Rita Pfuller, o xadrez auxilia e muito o aprendizado do filho. “Ele começou a aprender a escrever fazendo anotações de xadrez. Antes de escrever uma frase o Renato já fazia anotação algébrica. Na matemática faz muita diferença, perto dos que não jogam, o processo de alfabetização dele foi bem mais rápido”.
Em Pelotas dois colégios contam com o xadrez no currículo: Santa Mônica e Mário Quintana. Vários outros possuem como atividade extracurricular. Um dos organizadores do xadrez pelotense e também professor do esporte no colégio Mário Quintana, Agustin Jardel, destacou a importância das escolas olharem com mais atenção para o esporte da mente. “Xadrez é um esporte que auxilia muito as ferramentas pedagógicas e é um esporte barato. A sala pode ser improvisada, os materiais de xadrez são baratos e duram muito tempo. Não tem porque as escolas não colocarem xadrez. Não colocam muitas vezes por não conhecerem ou algum tipo de preconceito. Se a gente for nas escolas mais desenvolvidas do Brasil todas têm xadrez como atividade curricular.”
Sobre Renato, Jardel explicou a vantagem de ensinar xadrez desde pequeno para o desenvolvimento intelectual da criança. “Quanto mais cedo começar, maior é o desenvolvimento, maior é o potencial, eles estão com mundo aberto ainda, não tem muita coisa para se preocupar com essa idade. O xadrez traz uma complexidade muito maior do que estão acostumados, isso acaba elevando o nível do aprendizado, a capacidade do raciocínio, melhora memória. Essa idade que o Renato começou é excelente”, disse o professor.
Torneios em Pelotas
A temporada de competições na cidade chegou ao fim, mas em 2023 serão vários. De acordo com Jardel, o próximo deve ser o Campeonato Praiano, ainda sem data definida, mas que deve ocorrer em fevereiro ou março. Todas as informações do esporte na cidade podem ser encontradas no site xadrezempelotas.blogspot.com.
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